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Sobre o Curso para os Bispos?

O ano era 1990. Ano em que o mundo veria a Alemanha Ocidental – resquícios de um mundo (e de um muro) que já não mais existem – vencer a copa da Itália, e o Brasil via o início do governo do primeiro presidente eleito pelo sufrágio universal depois da redemocratização em 1985. Também a Igreja no Brasil teve nesse ano um fato memorável: realizava-se em julho, no Rio de Janeiro, o primeiro Curso para os Bispos, que teve como conferencista o então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Joseph Ratzinger, depois Papa Bento XVI. A iniciativa de um curso de formação e atualização para os bispos surgia do desejo de unidade e comunhão do Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal D. Eugênio Sales, ajudado por seu bispo auxiliar, D. Karl Josef Romer.

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Em 1990, primeira edição, o tema era “O múnus petrino no final do milênio diante dos problemas da Igreja”. Preparando-se para o séc. XXI que estava às portas, os bispos brasileiros se voltavam para a unidade em torno do sucessor de Pedro como chave para a solução de diversos problemas enfrentados então pela Igreja.

A presença do então Cardeal Ratzinger junto ao episcopado brasileiro gerou um sentimento comum de que a unidade em torno do Papa precisava ser o grande mote a conduzir os pastores em seu pastoreio. Em sua reflexão, o futuro Papa Bento indicava que o grande sinal e garantidor dessa unidade eclesiológica é o Sacramento da Eucaristia. “Os discípulos se tornam povo – dizia Ratzinger – através da comunidade com o Corpo e o Sangue de Cristo, que por sua vez é comunidade com Deus.”

O cardeal não deixou de fazer uma acurada análise daquele contexto social vivido pelo mundo enquanto esteve em terras cariocas. Em entrevista a um jornal, ao ser questionado sobre o crescimento da incredulidade nas grandes cidades, logo pontuou: “Onde a perda de Deus se torna presente também volta a existir um novo desejo de Deus. Esta é a experiencia de hoje. O homem, a longo prazo, não pode viver sem Deus. Sem conhecer a fé, faz a experiencia de um vazio insuportável.”

A primeira edição do Curso dos Bispos contou com 96 prelados participantes. Entre eles, nomes célebres na história recente da Igreja, como os Cardeais D. Eugênio Sales e D. Lucas Moreira Neves, o Arcebispo emérito de Olinda, D. Hélder Câmara e o então presidente da CNBB, D. Luciano Mendes de Almeida. A partir daí o Curso dos Bispos oferecido pela Arquidiocese carioca em unidade com a CNBB tornou-se um espaço de estudos, debate e convivência que enriquece o trabalho de um episcopado que encontra realidades tão distintas de norte a sul neste país continental, mas que sabe encontrar a unidade no Cristo e em sua Palavra.

Chegando em 2024 à 33ª edição, o Curso para os Bispos tem a missão de, a partir da leitura do contexto histórico vivido pela Igreja e pela sociedade, trazer para o episcopado a oportunidade de reflexão acerca de temas importantes para a condução da Igreja no Brasil.

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